Gravura, é um conceito complexo, principalmente em
Português. Um mesmo nome denomina os produtos (matriz e estampa) e o processo
em si. O fato de a gravura possuir Matriz e um determinado número de Estampas
obriga o autor a identificar corretamente o tipo de prova, numeração, tiragem e
a edição. É uma multiplicidade de fatores que nos deixa confusos e, por causa
disso, existe nomenclatura para disciplinar a impressão e edição de estampas.
Em 1960 em Viena, no 3º Congresso Internacional de
Artistas, foi realizada diversas conferências entre gravadores, editores,
distribuidores de arte e representantes de órgãos oficiais e elaborou-se
um documento com o objetivo de estipular
alguns critérios sobre gravura. Alguns pontos relevantes deste acordo estão
descritos abaixo. São eles:
- · É direito exclusivo do artista gravador determinar o número definitivo para cada um de seus trabalhos gráficos, nas diferentes técnicas: xilogravura, litogravura, calcogravura etc.
- · Cada estampa para ser considerada original, deve, conter a assinatura do artista, algo que indique a edição completa (o número total de provas) e o número em série, da estampa.
- · Uma vez realizada a edição é conveniente que a prancha original, pedra, madeira ou qualquer outro material usado como matriz, seja inutilizada, ou, deve conter marca que a diferencie, sinalizando que a edição foi terminada.
- · Os princípios acima são aplicados para trabalhos gráficos considerados originais. Trabalhos que não preencham essas condições serão considerados “reproduções”.
Para aperfeiçoar estes conceitos o Comitê Nacional do
Reino Unido escreveu um adendo complementar com o intuito de explicar e
modificar as definições de Viena. São elas:
- · Gravuras originais são todas aquelas gravuras impressas em uma ou mais pranchas, pedra, seda, madeira, linóleo etc., principalmente as executadas pelo próprio artista, a partir de um desenho seu ou interpretação de trabalho de outro artista, ou ainda, em colaboração.
- Gravuras originais podem ser reproduzidas em edições limitadas ou ilimitadas. As edições limitadas são as que o artista decidiu imprimir apenas certo número de estampas.
Provas
Durante a
execução o artista faz provas para estudar a qualidade e desenvoltura da
estampa. Este processo singular torna a gravura artística mais complexa, pois
estas provas também podem ser assinadas, numeradas e autenticadas. Estes testes
são chamados PROVA DE ESTADO (P.E.) e são executadas para se identificar a
evolução do trabalho ou o estado em que se encontra a obra. Executa-se prova de
estado quantos forem necessários, numerando-os da seguinte maneira: P.E.1ª ou P.E.
l; P.E.2ª ou P.E.II e aí por diante.
As Três Cruzes – 1ª P.E.